sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Desaquenda Santa Rita - Comentario de um turista

Feriado frustrado

Olá, meus queridos. Sim, sim, eu sei que sumi. Estava me recuperando do trauma que foi o feriado. Conto.
Semana passada, pensando em onde iríamos passar o feriado, eu e Ana Cartola começamos a especular sobre o oeste paulista. Sim, porque todas as atrações turísticas do estado, desde o Circuito das Águas, ao norte, até a região das cavernas, ao sul, se concentra numa estreita faixa do leste. “Por quê?”, perguntávamo-nos, e decidimos, imbuídos de espírito bandeirante, voltar nossas setas para o oeste ignoto. Após alguma pesquisa (não encontrávamos nada sobre pontos turísticos na banda ocidental de São Paulo, e lamentávamos esse preconceito), decidimos por Santa Rita do Passa Quatro. Afinal, não era muito longe, ficava numa estrada que ainda não havíamos percorrido em meu possante um terço de Corsa (um terço é do pai, um terço é do filho, um terço é do Espírito Santander — depois explico) e tinha como atrativos duas cachoeiras, um mirante com linda vista da região, um jequitibá rosa de 3 mil anos, um deserto (!!!) e o museu Zequinha de Abreu, compositor de “Tico-Tico no Fubá” e o mais ilustre dos passaquatrenses (sei lá!).
Ah, meus filhos, o arrependimento! Para começar, todos os hotéis da cidade estavam lotados. Havia rumores de uma feira agropecuária, mas nada na cidade demonstrava isso: nenhum cartaz de divulgação, carro de som, panfletos, nada. O único hotel com quartos disponíveis era mal-assombrado e servia suco artificial no café-da-manhã — o diabo do lugar é literalmente cercado por plantações de laranja e a porra do hotel serve suco de laranja artificial! Atomanocu! O quarto tinha camas desconfortáveis e um aparelho de ar-condicionado quebrado. Depois da experiência em Eldorado, porém, nossa exigência quanto a instalações mudou bastante: o banheiro tinha porta, era o suficiente. Deixamos nossas coisas no hotel e fomos explorar aquela terra incógnita.
Primeira parada, a sorveteria. Eldorado, apesar do hotel do banheiro sem porta, era uma cidade simpática e, o mais importante, contava com uma excelente sorveteria. Em Santa Rita, todos os sorvetes têm o mesmo sabor de chiclete Ploc. Horrível. Tomamos nossos sundaes chicletosos e perguntamos à proprietária da espelunca sobre a tal feira agropecuária. Ela disse que era muito boa, que tinha muitas atrações, animais, rodeio, show de Teodoro & Sampaio, e era só ir indo, virar na farmácia do Palhares, seguir às esquerda e pronto.
Seguimos o caminho indicado (como esperávamos, a farmácia não se chamava “do Palhares” — a velha idiota esperava que adivinhássemos o nome do proprietário) e chegamos à Xiksfápis. Tá, não era esse o nome. XIX FAPIS, ou décima-nona Feira Agropecuária Numseiquê Numseiquelá. O ingresso custava vinte reais, o estacionamento, cinco. Entramos e não havia nada acontecendo: era muito cedo. Os peões concentravam-se numa cerca próxima ao lugar onde ficavam os touros. Portavam-se (os peões) como verdadeiros gladiadores, orgulhosos e distantes, olhando com desprezo os que passavam. Mais à frente, em dois galpões, exibiam-se carneiros e vacas de alta estirpe. Mais para cima um pouco, belos cavalos em suas baias. Chegamos a ver até um cavalo emo que guardava estranha semelhança com o jornalista Eduardo Vasques:
Cavalo emo
Cavalo emo

O jornalista Eduardo Vasques
Rodamos mais um pouco pela exposição, tomei uma cerveja (Crystal, a única disponível, uma porcaria), a namorada comeu um crepe, depois encarei um sanduíche de pernil. Nada mais havia a fazer: ou íamos embora ou encarávamos aquele festival bárbaro, sangrento e cruel chamado rodeio.
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Eu achava que a crueldade de que tanto falam era com os animais. Que nada! Crueldade daquele troço é com o público, que tem que ficar horas sentado numa tábua dura enquanto o narrador de rodeio, com aquela sua voz irritante, vai enrolando enquanto o espetáculo não começa. Horas e horas de orações, piadas sem graça, propagandas, música ruim, para alguns segundos de alegria por ver alguém estatelando-se de cima do lombo de um touro bravo e, se tivermos sorte, levando umas chifradas no rabo. Se você aí alimenta alguma vontade de ir a um rodeio, esqueça. É a maior bestagem que já inventaram, depois da reunião de diretoria.
Saímos à francesa no meio do rodeio e voltamos — que remédio — para o hotel amaldiçoado. O dia seguinte, pensávamos, seria agitado: tínhamos um só dia e muitas atrações turísticas para visitar.
Acordamos cedo no sábado, tomamos aquele café-da-manhã tenebroso e partimos para nossa primeira atração: o Deserto do Alemão. Segundo os sites que visitamos e um panfleto que arrumamos na Xiksfápis, tratava-se de um lugar deveras supimpa, com dunas, quiosques, árvores retorcidas e não sei mais o quê. Enfim, um lugar ideal para ficar bundando e fazendo de conta que se está num deserto de verdade. Placas por toda a cidade apontavam a direção do tal deserto, então achamos que seria fácil encontrá-lo. Qual! Depois de sair da cidade e andar por um tempão numa estrada deserta, resolvemos que o melhor mesmo era voltar e dar o Deserto do Alemão por boato. Voltamos, pois, frustrados com nossa primeira aventura. Mas ainda não cogitávamos desistir.
Nossa segunda atração ficava a nove quilômetros da cidade: o Morro de Todos os Caralhos (sei lá!), que contava com sua própria versão do Cristo Redentor e com uma vista deslumbrante. Toca pegar estrada, caminho de terra, subida íngreme (o Corsa chorando) para chegar a um lugar muito do chinfrim, com um Cristo todo desproporcional e uma vista feia e sem graça de quilômetros de plantações.
morro1.jpg
A essa hora Ana Cartola já começava a ter crises de riso nervoso e eu tinha vontade de jogar uma bomba H sobre Santa Rita do Passa Quatro para acabar com o sofrimento de seus habitantes. Mas, bravos que somos, partimos para a terceira atração: a Cachoeira das Três Quedas.
cachoeira.jpg
As informações que tínhamos davam conta de um lugar pitoresco, com o rio despencando por três grandes degraus de pedra, com ruínas da antiga usina hidrelétrica lá no alto. Seguimos, pois, para o lugar, paramos o carro e nos embrenhamos na trilha. Ouvimos vozes, porém, e acabamos descobrindo que, para chegar à cachoeira, precisaríamos descer. Isso significava que depois teríamos que subir. Vejam, nós somos um casal preguiçoso, mas nem tanto. Se fosse nossa primeira tentativa de diversão na cidade, ou se as outras não tivessem sido tão frustrantes, encararíamos a caminhada descendente (e a ascendente posterior) com um sorriso no rosto. Mas já estava tudo tão esmerdeado que não havia possibilidade de darmos alguma chance à cachoeira: mandamos a queda d’água tomar no cu — junto com o jequitibá e o Zequinha de Abreu — e pegamos a estrada. Só queríamos distância de Santa Rita do Passa Quatro.
Nosso plano B ficava a 80 quilômetros de distância: Ribeirão Preto. A chegada à cidade foi uma alegria só: congestionamento, buzinas, ratos, baratas, enfim, aquela sensação de estar em casa. Hospedamo-nos num hotel honesto (ar-condicionado operante e TV a cabo!), comemos no McDonald’s, fomos ao cinema (multiplex do Shopping Santa Úrsula, a melhor sala de cinema que já vi) e terminamos a noite no mundialmente famoso Pingüim, onde tomei cinco chopes que eram como a urina dos anjos, e me fizeram esquecer toda a provação por que passáramos até ali. Um final feliz.
pinguim.jpg                                                                      

Depois disso em plenas eloiões, o que vc me diz sobre Santa rita e suas opções turisticas?
Cade um guia em cada local? cade infra-estrutura adequada as visitantes? Dá nojo e Realmente decepciona#

E ai vai eleger quem? se ficou na duvida pq que axa que nenhuma das 3 opções são favoraveis, parabens vc se juntou a mim!

#Creditos aso blog www.jesusmechicoteia.com.br

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